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Foto do escritorMárcio Fostino

O SAGRADO E O PROFANO

ÊXODO 3:4-7 - “Vendo o Senhor que ele se voltava para ver, Deus, do meio da sarça, o chamou e disse: Moisés! Moisés! Ele respondeu: Eis-me aqui! Deus continuou: Não te chegues para cá; tira as sandálias dos pés, porque o lugar em que estás é terra santa. Disse mais: Eu sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó. Moisés escondeu o rosto, porque temeu olhar para Deus.”

Moisés estava no deserto apascentando as ovelhas de seu sogro Jetro, quando “O Anjo do Senhor” apareceu no meio da sarça que se queimava. Intrigado com o motivo pelo qual a sarça não se consumia, Moisés resolveu aproximar-se para entender aquele fenômeno. Neste momento uma voz disse a Moisés: “Não te chegues para cá, tira as sandálias dos pés, porque o lugar em que estás é terra santa”. Moisés era hebreu, no entanto, havia sido criado por uma princesa egípcia. Depois de envolver-se num incidente, se viu obrigado a fugir. Durante sua peregrinação casou-se com a filha de Jetro e, lá nas terras de seu sogro ele teve um encontro com o Deus de seus antepassados. A experiência vivida por Moisés aconteceu num lugar de pastagem, onde não havia qualquer altar de adoração erguido. A santidade do lugar estava no encontro com Deus e no chamado para libertar o povo hebreu.

Os conceitos de sagrado e profano muitas vezes se confundem com o comportamento social de uma época ou mesmo de um aculturamento. Um bom exemplo é a história da música na igreja cristã. No início houve grande resistência ao uso de instrumentos musicais. Um estilo musical religioso chamado sacro foi criado, neste sentido, destaca-se o canto gregoriano também chamado de canto dos anjos. O canto gregoriano originou-se de cânticos judaicos e de práticas pagãs. Este estilo musical é



, realizado por um coro formando som que parece ser de uma só voz. Neste tipo de canto não há acompanhamento de instrumentos musicais, quando no muito é utilizado um órgão. Durante muitos séculos foi o único cântico permitido nos rituais católicos. Posteriormente, outros estilos musicais antes considerados profanos aos poucos foram introduzidos nas cerimônias religiosas. Músicas que hoje são chamadas de clássicas ou eruditas no passado já foram consideradas profanas, assim como seus compositores. O mesmo aconteceu em relação a novos estilos musicais e o uso de instrumentos eletroeletrônicos na musicalidade dos cultos de igrejas cristãs em geral, no inicio era visto como se o mundano estivesse contaminando o sagrado.

O terreno que Moisés pisou era um lugar sagrado que requeria reverência de sua parte, pois o divino estava diante de seus olhos e ouvidos. Naquele momento ele teve um encontro com Deus e recebeu um chamado. Para que pudesse cumprir sua missão Moisés entendeu que precisava da presença de Deus a todo instante, para isso era necessário ter santidade. A santidade é quando entendemos o valor do sagrado e do propósito divino para nossa vida, o lugar de encontro revela e nos faz lembrar-se do chamado de Deus. Quando compreendemos a santidade tudo se torna sagrado, nosso trabalho, a família e todos nossos relacionamentos e obrigações.  Tudo se torna um chamado divino e Deus se faz presente em todo lugar, em todo momento e em nossa vida. Ocasionalmente diante de um altar erguido por mãos humanas o medo do olhar de Deus se confunde com adoração. É preciso saber o valor da reverência, pois com ela reconhecemos o poder da autoridade, que se expressa de forma divina que se faz sagrado.

 

Márcio Fostino


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