1 CORÍNTIOS 13: 1-2 – “Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que retine. E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.
Paulo era um dos líderes da igreja, ele havia sido nomeado apóstolo pelos outros apóstolos que viram e conviveram com Jesus. Ao ser informado sobre a situação da igreja de coríntios ele escreve cartas a fim de chamar a atenção acerca dos problemas vividos. Havia divisões, imoralidades e equívocos em relação aos dons espirituais na comunidade cristã daquela cidade, os pobres eram discriminados enquanto os mais ricos recebiam privilégios nas reuniões, principalmente quando se reuniam para eucaristia (Ceia do Senhor). Nos primeiros capítulos Paulo faz um diagnóstico acerca dos problemas, aponta as soluções que envolvia toda a congregação incluindo a liderança local. Ele adverte também sobre relacionamento e conduta pessoal. Já no capítulo 12 ele fala sobre os dons espiritual, mostrando que antes de viver em Cristo eles eram guiados por ídolos mudos, mas que agora era o Espírito de Deus quem os guiava. Paulo salienta que há uma diversidade de dons espirituais, no entanto, o Espírito que concede é o mesmo. Ele faz uma analogia dos dons com os membros e órgãos do corpo humano, para demonstrar a importância de todos os dons. No capítulo 13 é exposto que a raiz de todos os problemas era a falta de amor, quando usando uma figura de linguagem na primeira pessoa, ele deixa entender que ainda que eles tivessem todos os dons se não tivessem amor de nada valeria.
O Novo Testamento foi escrito no grego Koine muito utilizado entre os territórios romanos. A palavra utilizada por Paulo foi Ágape, que remete ao amor perfeito e divino praticado por Deus. Este amor pode ser vivenciado pelos homens no relacionamento com Deus, exercido com altruísmo, ou seja, sem egoísmo, ao se oferecer ao outro de forma incondicional no relacionamento interpessoal, ofertando e não buscando algo em troca. Jesus demonstrou este amor ao se oferecer em sinal de resgate. Ele também ensinou na parábola dos dez talentos sobre os dons naturais que são as habilidades concedidas por Deus com as quais já nascemos, e que juntamente com outros recursos devemos usar da melhor forma nesta vida, pois um dia será cobrado pelo nosso Senhor (Mt 25:14-30). Paulo falou de dons sobrenaturais que Deus concede quando se está em Cristo através do Espírito Santo. Em seu ministério Jesus muitas vezes ensinou sobre serviço e humildade, neste sentido é que os dons são concedidos de forma individual e distinta a cada pessoa. Em contrapartida, o amor deve ser plantado para brotar e crescer. Com o amor todos os dons se tornam úteis no serviço a Deus que se consolida através da comunhão entre os homens.
Por não viverem em amor, os cristãos de Coríntios estavam entre os mais problemáticos das comunidades cristãs. Eles faziam o uso errado dos dons, os mais ricos eram idolatrados e os mais pobres desprezados. A realidade do mundo em que vivemos não é muito diferente, parece confuso. Muitas vezes às pessoas rejeitam a verdade. Parecemos sempre estarmos competindo, todos se armam com o espírito de guerra, como se a finalidade fosse desconstruir e destruir uns aos outros. Precisamos de mudanças de pensamento e de atitudes que possam colaborar na construção de um mundo melhor. É direito de todos sonhar e querer uma vida boa é dever de cada um tornar-se uma pessoa melhor. Podemos usar nossos dons da maneira que bem entendermos, mas devemos refletir sobre o legado que estamos deixando, pois afinal o que realmente conta é que o mais importante é o amor.
Márcio Fostino.
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Devemos amar uns aos outros como Jesus nos ensinou.