MATEUS 19:16-17- “E eis que, aproximando-se dele um jovem, disse-lhe: Bom Mestre, que bem farei para conseguir a vida eterna? E ele disse-lhe: Por que me chamas bom? Não há bom senão um só, que é Deus. Se queres, porém, entrar na vida, guarda os mandamentos”.
Como de costume Jesus estava ensinando e além de seus discípulos havia um grande número de pessoas. Um jovem que estava observando, perguntou o que poderia fazer de bom, para alcançar a vida eterna. Antes da pergunta o jovem se referiu a Jesus como “Bom Mestre”. Jesus usou um recurso muito presente em seu ministério, antes de dar qualquer resposta Ele fez uma pergunta. Por que me chamas de bom? (em algumas versões está escrito: “Por que me perguntas a cerca do que é bom?”). Ele mesmo dá uma resposta dizendo: “Não há bom senão um só, que é Deus”, e continua dizendo: “Se queres, porém, entrar na vida, guarda os mandamentos”. Jesus estava se referindo aos mandamentos da Lei de Moisés. Prontamente o jovem respondeu que desde sua mocidade cumpria todos os mandamentos e, pergunta; que me falta ainda? Então Jesus disse: “Se queres ser perfeito, vai, vende todos os seus bens, dá aos pobres e terás um tesouro no céu, vem e segue-me”. Como era dono de muitas propriedades, o jovem se entristeceu e saiu da presença de Jesus.
Jesus e Sócrates tiveram algumas coisas em comum, dentre elas o fato de nunca terem escrito nada, o de terem feito muitos discípulos e alguns destes terem escrito sobre a vida e os ensinamentos de seus mestres. No ocidente a história está dividida em antes e depois de Jesus, enquanto na Grécia, o berço da filosofia, o pensamento filosófico se divide em antes e depois de Sócrates. Sócrates vivia nas ruas de Atenas conversando com as pessoas no intuito de estimular o amor ao saber. Em seu contato com as pessoas no primeiro momento ele se utilizava do método da “ironia”, que no seu contexto original nada mais é do que o ato de perguntar. Suas perguntas tinham como ponto central temas que envolviam ética, moral e espiritualidade. Fingindo ignorar o assunto, ele fazia perguntas ao interlocutor, que lhe respondia. Depois de algum tempo de diálogo, ele voltava às primeiras respostas, neste momento a pessoa chegava à conclusão de sua ignorância, e que seu conhecimento não passava de opinião. Então, Sócrates utilizava um novo método conhecido como maiêutica, consiste em levar ou conduzir a pessoa ao conhecimento por meio do raciocínio, através das perguntas e em busca das respostas. A maiêutica é uma homenagem de Sócrates a sua própria mãe que era parteira. Na sua concepção ele era um ignorante, pois tinha mais perguntas do que respostas. Sócrates se via como uma parteira que ajuda no nascimento das ideias, mas é incapaz de dar a luz. Já Jesus conhecia as intenções das pessoas que se aproximavam dele, por diversas vezes Ele fazia perguntas tais como: “O que queres que te faça?” ou “Que queres tu de mim?”. Depois que a pessoa respondia, Jesus mostrava qual a consequência de receber aquilo que estava sendo pedido. Ao descobrir qual era a verdadeira motivação de sua busca, aquela pessoa poderia responder se realmente estava disposto a seguir Jesus e um novo caminho. Ao entender sobre sua ignorância o discípulo compreendia que Jesus era a resposta, pois Ele mesmo afirmou: “Eu sou a luz do mundo”.
Aquele jovem queria uma recompensa, mas não estava disposto a abrir mão e pagar o preço, ele estava equivocado sobre a motivação que o levou aquele diálogo. Pedimos tantas coisas para Deus em nossas orações e Ele parece não nos responder. Achamos que sabemos do que precisamos e o buscamos para obter o que queremos. Jesus é o nosso intercessor, Ele nos pergunta: “o que queres que eu te faça?” Devemos refletir e sermos sinceros sobre o que queremos e, quais são as nossas verdadeiras motivações, pois como disse Tiago: “Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites” (Tg 4:3). A filosofia nos leva a busca pelo conhecimento, enquanto a fé dá sentido para nossa existência. As perguntas nos tiram da zona de conforto e a busca por respostas nos faz crescer.
Márcio Fostino.
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