ATOS DOS APÓSTOLOS 6:3-4 - “Por isso, irmãos, escolham entre vocês sete homens de confiança, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, e nós entregaremos esse serviço a eles. Assim nós poderemos continuar usando todo o nosso tempo na oração e no trabalho de anunciar a palavra de Deus.”
Jesus escolheu dentre seus discípulos doze e os nomeou como apóstolos. Durante cerca de três anos e meio Ele os ensinou. Entre seus ensinamentos foi enfatizada a importância do serviço ao próximo, em concordância com reino ao qual eles agora estavam submetidos, onde o maior serve o menor e que Jesus tinha total autoridade. Ele destacou que os reis deste mundo têm domínio sobre o povo, e os que exercem autoridade são chamados de benfeitores, mas que, entre eles não deveria ser assim. Pelo contrário, o mais importante deveria ser como o que é menos importante; e o que manda deve ser como o que é mandado, ou seja, aquele que considerado maior precisa se colocar na posição de servo (Lc 22:24-26).
A mensagem de Jesus era abrangente e fazia referência ao reino dos céus. Já a palavra igreja escrita no grego como Eclésia, que significa assembleia e que é mencionada no livro de Atos dos apóstolos, passou a designar o grupo de seguidores de Jesus. O livro também descreve que depois do dia de pentecostes houve grande acréscimo no número dos que passaram a seguir o grupo de apóstolos, quando depois da pregação de Pedro cerca de três mil almas se renderam à mensagem de que Jesus era o Messias. Entre os novos seguidores havia muitas viúvas judaicas helenistas, ou seja, elas eram descendentes de judeus, que moravam em outras regiões e que voltaram para Jerusalém naquele período. Os judeus seguidores de Jesus que haviam sido criados fora de Israel começaram a se queixar que as viúvas pertencentes a este grupo de pessoas não estavam recebendo auxilio adequado para sua sobrevivência. Preocupado com a situação, os apóstolos chamaram alguns discípulos pertencentes a estes judeus e escolheu sete diáconos para servir a mesa no intuito de suprir as necessidades, enquanto eles continuariam a dedicar-se exclusivamente a pregação.
A palavra grega diaconia tem o sentido de servir. No Novo Testamento foi empregada como o ato de servir ou serviço, ou seja, sendo o amor em ação, no ato de prestar auxilio ao outro. No Antigo Testamento os levitas foram levantados nos dias de Moisés para o serviço ao Tabernáculo durante a peregrinação no deserto, posteriormente servindo ao Templo de Salomão. Devido às demandas sociais, eles deveriam amparar os necessitados especialmente os órfãos, as viúvas e estrangeiros. A religiosidade muitas vezes fez com que eles falhassem neste propósito, muitos eram zelosos apenas com o Templo esquecendo-se dos mais carentes. Jesus tocou neste assunto na parábola do bom samaritano, quando o levita e o sacerdote passa por um homem ferido e não presta socorro, já o samaritano que nem judeu era, lhe presta todo auxilio. No Novo Testamento a ideia do serviço a Deus foi reformulada, sendo estabelecida a diaconia da pregação da palavra e do auxilio ao próximo. A diaconia ensinada por Jesus é o amor de Deus que se expressa no serviço ao próximo.
Servir ao reino de Deus não é tão somente cuidar dos utensílios de um templo ou de um ministério na igreja, mas entender que o outro é precioso para Deus e necessita de ser cuidado. Jesus nos ensina que é preciso ir de encontro às necessidades físicas, emocionais e espirituais das pessoas. Não podemos ser negligentes quanto ao chamado do Cristo que nos chama a servir. Como na parábola do bom samaritano, o que serve melhor a Deus é aquele que não se torna indiferente devido a suas crenças.
Márcio Fostino
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